domingo, 17 de janeiro de 2010

Discípulos Modernos - Resenha

Discípulos Modernos

A Grande Comissão é a carta magna da igreja cristã. Frederick Bruner nota 5 vezes a expressão “todo” que faz dessa comissão grande:

1. Toda autoridade

2. Todas as nações

3. “Toda” Divindade

4. Todas as coisas que vos tenho ordenado

5. Estou convosco todos os dias

Os discípulos tinham dúvidas. O texto nos informa que alguns duvidavam e como solução a esse problema Jesus dá a Grande Comissão.

A melhor maneira de remover a dúvida é estarmos ocupados em fazer discípulos. É somente através do envolvimento na missão que as dúvidas serão removidas.

A Grande Comissão foi direcionada para todos os discípulos, não apenas para os “mais chegados”. Discípulo também pode ter dúvidas.

Jesus reivindica sua autoridade. Ele é o que possui toda autoridade. Quem dá a ordem é Jesus investido de autoridade. Jesus aparece de forma imperiosa. É a ordem de Jesus.

Ser fiel a Grande Comissão, significa ser fiel a todas as outras ordens de Jesus. Com toda autoridade, Jesus proclama: “Ide, portanto, fazei discípulo de todas as nações...” (Mt 28:19).

O pequeno grupo de 11 pessoas, pobres, meio incrédulos e duvidosos somente cumpririam através do poder dAquele que tem toda autoridade.

Os fundamentos de missão estão profundamente enraizados na divindade de Jesus Cristo como Senhor absoluto co céu e da terra.

A Grande Comissão em Marcos apresenta um elemento a mais com relação a autoridade. Em vez de afirmar que Ele [Jesus] tem toda autoridade. Marcos descreve que os discípulos teriam um ministério de autoridade que seria marcado pelos sinais que os acompanhariam.

Ellen White afirma que sinais e maravilhas se tornarão a ordem do dia quando a chuva serôdia for derramada sobre o povo de Deus (GC, 612).

Nos evangelhos sinóticos encontramos o mesmo pensamento quanto a Grande Comissão: o poder do Espírito Santo para capacitar a realização da missão do Senhor ressurreto.

A missão da igreja não poder ser organizada de acordo com o modelo do Antigo Testamento (atração), mas numa nova ordem para fazer discípulos de todas as nações.

A organização deve ser aperfeiçoada, com avaliação contínua, pois o que beneficiou inicialmente a missão, tempos depois, pode não ser útil.

“Ide” – dispersar como sal. Nosso maior desafio hoje é ensinar os membros a serem a igreja dispersada. Igrejas da Grande Comissão terão que ensinar seus membros a serem igrejas no trabalho e no lazer.

Alguns sugerem que a ênfase na Grande Comissão está no “fazer discípulos”. Contudo, esse fazer discípulos deve ser realizado no processo de “ir” em vez da igreja esperar que as pessoas venham, como no Antigo Testamento.

A missão, de acordo com a comissão é:

1. Fazer discípulos

2. Batizar

3. Ensinar

A missão não estará completa até que esses três passos estejam realizados. Somente uma ênfase equilibrada no discipulado, batismo e ensino pode cumprir a Grande Comissão.

O Pentecostes é uma resposta a Grande Comissão

A definição de um discípulo: Mc Gravan dividiu o discipulado em 2 fases, (1) fazer discípulos (levar pessoas a Cristo) e (2) aperfeiçoamento (desenvolvimento). Isso levou à teoria do “movimento de pessoas” – grupo de pessoas podem ser levados ao cristianismo por atacado, com pouco instrução, com a suposição de que podem ser aperfeiçoados depois.

Essa definição de Mc Gravan criou uma base para se levar à igreja indivíduos que são cristãos muito fracos.

A compreensão de discípulo deve surgir dos evangelhos e do significado que Jesus tinha quando comissionou Sua igreja a ir e fazer discípulos.

O termo discípulo vem do grego mathetes, vem da Grécia e refere-se quando um aluno se unia a um professor para adquirir conhecimento teórico e prático.

No Novo Testamento, discípulo é viver em relacionamento com aquele que está discipulando. Segundo Bruner, “o discípulo atinge seu primeiro objetivo no ato definitivo do batismo e é continuado através da contínua atividade do ensino”.

De acordo com a Grande Comissão, indivíduos tornam-se discípulos, então são batizados e depois instruídos (ensinamento contínuo).

Existem 2 discípulos, o inicial (necessário para o batismo) e o contínuo, necessário para o ensino.

Características Bíblicas do Discipulado

Mt 10:24,25 – Relacionamento de aprendizagem (disposição)

Lc 14:26,27,33 – Comprometimento total (suportar a cruz)

Jo 8:31,32 – Conhecimento pleno da verdade

Jo 13:34 – O amor é o teste infalível

Jo 15:8 – O resultado do discipulado são os frutos

O discipulado proposto por Jesus é vitalício.

Discipulado e Evangelismo

A igreja deve envolver os novos conversos num programa de treinamento para que possam ser colocados em algum ministério de acordo com seus dons espirituais.

A tragédia do adventismo contemporâneo é desenvolvermos uma igreja cheia de membros que não foram discipulados.

Inerente ao chamado para ser um discípulo está o chamado para ser um cristão que produz frutos. Jesus declara então que o discipulado cristão não pode existir, a não ser que a pessoa esteja envolvida em fazer discípulos.

Conversão completa e total é um processo de 3 partes:

1. Conversão a Deus em Jesus Cristo;

2. Conversão à igreja, corpo de Cristo;

3. Conversão ao ministério no mundo por quem Jesus morreu;

Ninguém deveria ser chamado ao discipulado sem experimentar o chamado para fazer discípulos.

Discipulado e Batismo

É impossível ser batizado sem se tornar membro da igreja. O pré-requisito para ser membro é o discipulado inicial, que prevê uma base teológica para o batismo do crente.

O batismo deve ser adiado até que se tenha evidência do discipulado inicial na vida da pessoa.

Dois exemplos bíblicos (eunuco etíope e carcereiro filipense) indicam que o batismo não era questão de tempo, mas de conversão completa a Jesus como Senhor.

O batismo precisa ser compreendido como mais do que um símbolo de perdão dos pecados. O batismo contém o símbolo da ordenação de todos os crentes ao sacerdócio.

Missão no Novo Testamento

Jesus havia instruído discípulos a esperarem pelo poder do Espírito Santo. A espera ocorreu apenas uma vez e foi executada pelos discípulos. Hoje, nenhuma igreja deve esperar algo que já temos.

Entre a chuva temporã e a serôdia, na Palestina, ocorre chuva. Não é um tempo de escassez. Os dons espirituais somente podem ser entendidos no cenário do Pentecostes, que só pode ser entendido no cenário da Grande Comissão.

A igreja no Novo Testamento entendia claramente que a verdadeira razão de sua existência era fazer discípulos de todas as nações.

O que a igreja faz internamente, sem intenção de causar impacto no mundo lá fora, não é missão. A igreja não pode ser completamente o corpo de Cristo, o povo de Deus, a não ser que ela ministre o mundo.

A Igreja não pode ser completamente o corpo de Cristo, o povo de Deus, a não ser que ela ministre ao mundo.

A Igreja no Mundo

A maioria das congregações adventista hoje passa a maior parte do tempo ministrando aos que já são membros do corpo e que deveriam ter sido discipulados anos atrás.

A igreja no Novo Testamento foi organizada com o propósito de missão, enquanto a igreja atual frequentemente parece mais ocupada em tentar sobreviver.

A visão de Deus é de uma igreja em constante crescimento. A média dos cristãos não vê função missionária em sua vida no mundo durante a semana.

A igreja remanescente deve ser fiel a Grande Comissão de Jesus.

Somente quando a igreja do Novo Testamento permitiu diferentes expressões culturais do cristianismo foi que ela pode realmente se tornar uma igreja internacional fazendo discípulos de todas as nações.

A mensagem jamais deve mudar – é o evangelho eterno, mas a maneira como é apresentada deve constantemente ser adaptada aos vários grupos que estamos tentando alcançar.

É preciso atenção para não comprometer a fé. Igrejas que se esforçam muito pela aculturação, tornam-se tão semelhantes ao mundo que nenhuma diferença perceptível é vista.

Discípulos Independentes do Pastor

Se as igrejas do século I tivessem surgido conforme o modelo atual, que designa um pastor para cuidar de cada nova congregação, o resultado teria sido igrejas fracas, compostas de cristãos imaturos que não eram discípulos.

Os cristãos do Novo Testamento conservavam sua espiritualidade viva, ao continuamente discipularem outros.

Onde as igrejas mais são auxiliadas, são fracas, sem vida e incapazes. Porém, a maioria das igrejas funciona no modelo de dependência.

Uma vez que o adventismo adotou o modelo de dependência e designou pastores para congregações locais, o crescimento da igreja diminui.

Nós sufocamos o crescimento de novas igrejas quando nomeamos para elas pastores que não são nativos.

A Grande Comissão e Novas Igrejas

A Grande Comissão exige que sejam feitos discípulos em cada subgrupo de pessoas na terra. Se levamos a sério cumprir a Grande Comissão, precisamos levar a sério a implantação de novas igrejas.

A implantação de novas igrejas é o objetivo de toda estratégia de missão, e deve ser o alvo de toda congregação. Cada novo converso poderia potencialmente se tornar o núcleo de uma congregação totalmente nova.

Discípulos Independentes

A igreja primitiva cresceu não por causa de um talentoso pastorado, mas por causa de leigos comprometidos que tinham se tornado discípulos radicais de Jesus.

O que faremos?

Precisamos ter ideias concretas para colocar a teologia da missão em ação dentro da IASD. No Novo Testamento, todo novo converso era ordenado ao ministério em virtude de seu batismo. A igreja primitiva vinculava o batismo ao envolvimento no ministério da igreja.

A Bíblia ordena o batismo, no corpo de Cristo, para que os que assim são batizados sejam equipados com os dons espirituais que os capacitam a se envolverem no ministério de Cristo.

Ir a Cristo é o primeiro passo, mas o objetivo de nosso Senhor é que os crentes se tornem discípulos. A igreja adventista deve se tornar novamente um movimento leigo.

A Base da Missão Adventista

No Novo Testamento, o foco da igreja estava em implantar igrejas locais que não tinham pastores fixos. A IASD, de acordo com seu papel profético, precisa ter uma teologia e prática de missão que esteja em completa harmonia como o modelo do Novo Testamento.

A IASD não tem ignorado a Grande Comissão, mas seu enfoque tem sido em Mateus 24:14. No coração da missão adventista encontra-se a pregação da mensagem de Cristo a todas as nações para apressar Seu advento.

A motivação dos últimos dias deveria ser a de alcançar os perdidos, porque Jesus está vindo, e não só para realizar a tarefa, a fim de que possamos ir ao lar. A função da IASD nesses últimos dias foi produzir discípulos que estejam prontos para encontrar-se com Jesus.

“O alvo da evangelização não é simplesmente promover o crescimento da igreja ou meramente ajudar indivíduos a virem à salvação. Antes, o alvo absoluto da evangelização é tornar conhecido o reino de Deus manifestado em Jesus Cristo e feito presente pelo Espírito Santo. Ao assim fazer, a evangelização prepara o caminho para a revelação do reino da glória.” Orlando Costas

As 3 Mensagens Angélicas

O segundo texto chave da missão adventista é Ap 14:6-12. Essa passagem tornou-se o coração do adventismo, a ponto de até usarmos a figura desses 3 anjos como logomarca da nossa igreja.

Se nos concentrarmos em Mt 24:14, nossa compreensão de missão será principalmente proclamação. O alvo da Grande Comissão (Mt 28:19) é fazer discípulos.

Apocalipse 14 agrupa numa combinação completa todos os elementos dos dois textos em Mateus: guardar os mandamentos e a urgência da proclamação.

É importante olharmos para o texto de Apocalipse em sua grande mensagem como um instrumento para preparar indivíduos para a vinda de Cristo.

Não temos utilizado essas verdades para ajudar homens e mulheres a focalizarem o desenvolvimento de uma espiritualidade que os ajudará a se tornarem cristãos maduros.

O Alvo da Missão

Os adventistas entendem que a pregação das 3 Mensagens Angélicas tem como finalidade produzir o povo descrito nesses versos.

Os 144 Mil

1. Tem o nome do Pai escrito na testa (pertencem totalmente a Deus)

2. Os 144 mil foram remidos (comprados pelo sangue de Jesus)

3. Possuem uma fé pura (não estão corrompidas pela Grande Babilônia)

4. Seguem a Jesus completamente (comprometimento a soberania de Cristo)

5. Permanecem diante do trono, sem mácula a vista de Deus

As características dos genuínos santos são similares às características dos verdadeiros discípulos, segundo enumeradas por Jesus nos evangelhos.

Discípulos Radicais no Fim dos Tempos

De todos os grupos cristãos preocupados em fazer discípulos, os adventistas do sétimo dia deveriam estar na liderança por causa da profunda compreensão da Grande Comissão.

Por isso, o adventismo jamais pode se contentar em levar pessoas a Cristo, sem levá-las ao discipulado pleno. O que torna único o adventismo é sua compreensão do discipulado.

Discipulado e Batismo

A entrada de cristãos fracos na igreja, que não entraram num discipulado radical com Jesus, será o resultado final de uma estratégia evangelística que só enfatiza a aceitação de Cristo como Salvador e ao comprometimento a Ele como Senhor.

Wesley e Whitfield pregaram na mesma época. Ambos foram evangelistas de sucesso, porém muitos conversos de Whitfield não permaneceram, enquanto os de Wesley floresceram.

A diferença estava na metodologia evangelística. Whitfield levava seus ouvintes somente a aceitação de Cristo, enquanto Wesley se concentrava em envolver os conversos nas reuniões de classes onde pudessem ser transformados em discipulos.

Quanto mais ênfase colocarmos na aceitação de Cristo como base para se tornar membro e quanto menos ênfase colocarmos no discipulado radical, maior será o número de pessoas que deixarão de permanecer na igreja.

O adventismo é wesleyano em sua compreensão de evangelismo.

Doutrinas Produzem Discipulos

As 3 Mensagens Angélicas são uma ampliação daquela comissão, na forma em que deve ser cumprida nos últimos dias. O discipulado deve ser realizado não como base para a salvação, mas como fruto da salvação.

O plano de discipulado que Jesus desejava envolve a completa restauração de seres humanos à imagem de Deus, através da obra redentora de Cristo no Calvário.

A vitória de Cristo tornou possível essa obra. No deserto da tentação Jesus obteve uma vitória completa.

1ª – Física

2ª – Mental

3ª – Espiritual

Ele ofereceu sua vitória aos que aceitam o evangelho eterno.

O passo inicial do discipulado é implantar a vitória de Cristo na vida daqueles que O aceitam como Salvador.

Outro processo importante no discipulado é o padrão cristão de santidade da mente. É vital no preparo de pessoas para a vinda de Cristo.

O corpo é templo do Espírito Santo e Paulo nos convida e darmos glórias a Deus através do cuidado com a nossa saúde – restauração física.

A guarda do sábado é parte das 3 Mensagens Angélicas. Seres humanos remidos são convidados a entrar para o descanso de Deus através da observância do dia do Senhor.

A função do sábado é a prova de tempo para desenvolvermos relacionamento com Deus. Nossas apresentações evangelísticas sobre o sábado tem se centralizado principalmente em seu caráter legal. Como resultado, muitas pessoas vêm para a igreja guardando o sábado, mas desconhecendo a função desse dia.

A razão para o chamado ao discipulado restaurador “é chegada a hora do seu juízo” (Ap14:7). O juízo é o da profecia de Dn 8:14 sobre os 2300 dias. O resultado da proclamação das mensagens angélicas do tempo do fim é a produção de verdadeiros discípulos de Jesus, que O seguem por onde Ele vai.

Uma Estratégia Evangelística Adventista

O preparo alguém para o batismo e para se tornar membro da IASD precisa estar em harmonia como o chamado de Cristo, inicialmente, para o discipulado, então, para o batismo.

Discipulado implica um processo de gestação. Todavia, não existe um período específico. Não há prazo estipulado nas Escrituras, nem deveríamos fazê-lo. Todas as evidências bíblicas indicam que o tempo entre a decisão e o batismo era relativamente curto.

Uma das nossas maiores necessidades é ensinar nosso povo a compartilhar Cristo de forma relacional. Às vezes, temos separado o evangelismo beneficente do evangelismo proclamado. O correto é usar um para alimentar o outro.

É impossível levar pessoas ao discipulado se falharmos em investir na confiança conquistada ao ministrar suas necessidades básicas.

A apresentação da mensagem cognitiva da salvação e discipulado deve permanecer como parte principal da metodologia evangelística adventista.

1. Salvação somente pela graça.

2. Aceitação de Jesus como Salvador e Senhor

3. A certeza da salvação e vitória final através da obra de Cristo

4. Mensagem de restauração total

5. Compreensão da verdade profética

É ao entenderem esses 5 conceitos básicos que as pessoas devem ser levadas ao batismo e a se tornarem parte da IASD. A igreja precisa desenvolver uma estratégia contínua para garantir que as pessoas sejam discipuladas após o batismo.

1. As pessoas devem ser imediatamente colocadas em um pequeno grupo;

2. As pessoas deveriam ser ordenadas ao ministério por ocasião do batismo;

3. As pessoas devem ser levadas a descobrir seus dons espirituais;

4. As pessoas devem começar o processo de fazer discípulos dentro das redes que se abriram com a sua vinda a Cristo;

5. As pessoas devem ser ensinadas a não depender da visitação ou dos sermões de um pastor assalariado como fonte de nutrição espiritual;

Em vez de ensinar às pessoas o que Jesus ensinou, precisamos ensiná-las a estudar por si mesmas.

A igreja fiel a Grande Comissão:

1. Tentará alcançar pessoas em vários grupos culturais – tornando-se relevantes em sua abordagem.

2. A igreja terá como prioridade fazer discípulos

3. Priorizará implantar novas igrejas

4. Não dependerá apenas do pastor para realizar o ministério, mas retornarão ao modelo do Novo Testamento de cuidado mútulo de seus membros.

Nesta época de imitação de tudo o que se encontra debaixo do Sol, o evangelho de Jesus Cristo deve prover autenticidade.

É hora de nos envolvermos com a obra de fazer discípulos. Já fizemos “membros” por tempo demais.

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